ARTIGOS ORIGINAIS
RESUMO : Objetivo: Averiguar as causas de diarréia crônica de doentes HIV-positivos, com coproculturas e protoparasitológicos negativos, pela colonoscopia e biópsia. MÉTODO: Avaliamos prospectivamente 100 doentes consecutivos encaminhados para colonoscopia durante o período de agosto de 1997 a abril de 2003. Os critérios de inclusão foram soropositividade para HIV, uso de drogas anti-retrovirais, presença de diarréia há mais de 30 dias, três exames protoparasitológicos e coprocultura negativos. Os doentes fizeram preparo de cólon com lactulose e bisacodil. Realizamos biópsias das lesões encontradas e do cólon direito e do reto, independendo da presença de alterações macroscópicas. Comparamos os achados histológicos com o aspecto endoscópico. RESULTADOS: Os laudos das colonoscopias indicaram 43 exames normais, 28 colites ulcerativas, 19 colites não ulcerativas, oito lesões tumorais e duas vasculares. Quanto aos achados histológicos observamos sete exames com anormalidades histológicas nos 43 exames endoscópicos considerados normais, sendo duas colites eosinofílicas, dois processos inflamatórios crônicos inespecíficos (PICI), sendo um com Toxoplasma gondii e outro com ulceração e três com micobacteriose. Dos 28 portadores de colites ulcerativas, encontramos alterações em sete: três com citomegalovirus, três com processo inflamatório crônico ulcerado e um com histoplasmose. Nos 19 casos de colites não ulcerativas diagnosticamos dois processos inflamatórios crônicos ulcerados, um processo inflamatório agudo inespecífico, um processo inflamatório crônico erosivo e uma colite por criptosporidium. Os tumores revelaram dois pólipos hiperplásicos, um adenoma tubular, um processo inflamatório crônico inespecífico ulcerado e um adenocarcinoma moderadamente diferenciado. A análise estatística não revelou diferença entre os achados endoscópicos normais, de colite ulcerativa e de não ulcerativa quanto à presença de anormalidades histológicas. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos nas condições de realização do presente estudo permitem concluir que a diarréia crônica na AIDS, na maioria dos doentes, não foi causada por doença colorretal, quando os exames protoparasitológicos e a coprocultura são negativos.
Unitermos: Diarréia crônica, Infecção pelo HIV, Síndrome da imunodeficiência adquirida, Histopatologia, Colonoscopia.
INTRODUÇÃO
Em 1986, o Center for Disease Control, de Atlanta, definiu uma série de sintomas e sinais
como sugestivos de AIDS, devido não haver método
para confirmação diagnóstica. Eram eles febre alta (38
_ 39º C) durante 30 dias; perda de peso de 10% ou
mais em três meses; depressão, astenia, anorexia; e
diarréia prolongada, caracterizada por três ou mais
evacuações por dia durante 30 dias. Esses dados mostram que,
desde aquela época, os sintomas colorretais
eram considerados de importância. Entre eles, a
diarréia ocorria entre 50 e 80% dos doentes.
Na era dos inibidores da protease a
diarréia continua sendo queixa freqüente nos doentes
HIV-positivos.1,2 Embora a terapia anti-retroviral
tenha diminuído a incidência da forma infecciosa,
a porcentagem de doentes com diarréias não
infecciosas cresceu de 32% a 70% no mesmo
período.3
Os agentes etiológicos têm sido
identificados entre 29% e 73% dos
doentes.4-8 Os citados com maior freqüência são os protozoários
Criptosporidium parvum, Isospora Belli, Microsporidium, Giardia
lamblia e Entameba hystolitica, o helminto
Strongyloides stercoralis, as bactérias Escherichia coli,
Bacteróides hominis e Campylobacter jejuni, a
micobactéria Micobacterium avium intracelulare, o fungo
Histoplasma capsulatum e os vírus Adenovírus,
Citomegalovirus (CMV) e Coronavirus.4,6,7,9-11
Os protozoários são considerados os mais comuns em regiões
desenvolvidas, principalmente a Isospora belli e o
criptosporidium,4,6,7,9 e a Giardia e o helminto Strongilóides em regiões
em desenvolvimento.12 Por esse motivo, os doentes
HIV-positivos com diarréia devem ter as fezes
investigadas. 7
A etiologia viral foi observada por microscopia eletrônica em 17% dos doentes e 61% dos
portadores de vírus apresentavam coinfecção com
outro enteropatógeno.10 A microscopia óptica de biópsias
do cólon pode identificar colite por Adenovirus que,
por sua vez, facilita a infecção pelo
CMV.11
Além desses agentes, alguns tumores e medicamentos também podem causar esse
transtorno.8 Sabemos que alguns agentes anti-retrovirais
podem provocar diarréia, como didanosina (DDI),
zalcitabina (DDC), lamivudina (3TC), abacavir (ABC),
delarvina (DLV), nelfinavir (NFV), saquinavir (SQV) e
ritonavir (RTV).
A função pancreática exógena
está freqüentemente reduzida em doentes
HIV-positivos, mas não parece ser o fator de maior contribuição
para a má absorção de
gorduras.13 Entretanto, esse problema foi observado em 95,2% dos que tinham diarréia e
não usavam o coquetel de drogas anti-retrovirais e
em 83,3% dos que usavam.2
Diarréia em doentes HIV-positivos é
mais freqüente em homossexuais que em heterossexuais
ou usuários de drogas.14 O risco de diarréia crônica
está aumentado em imunodeprimidos,
homossexuais masculinos e nos usuários de coquetel
anti-retroviral.8
A pesquisa endoscópica com biópsias
está indicada em doentes com exames de fezes
negativos.15 Não há consenso sobre o melhor método a ser
utilizado: se a retossigmoidoscopia flexível ou a
colonoscopia. Segundo alguns, a colonoscopia com biópsia tem
alta porcentagem de diagnósticos negativos ou
inespecíficos e que a retossigmoidoscopia flexível seria
suficiente.16,17 Já outros relataram a superioridade da
colonoscopia que fez mais diagnósticos que o outro
método(38,7% x 22,4%),18 que não mostrou até 39% das colites
por CMV19 e que não detectou 30% dos patógenos e
75% dos linfomas.20 Os estudos endoscópicos auxiliaram
no diagnóstico etiológico das diarréias crônicas
cujos tratamentos empíricos não surtiram efeito após
duas semanas.21 Outros autores referiram que a
avaliação endoscópica não melhorou o espectro
diagnóstico quando comparado com o exame de fezes, exceto
para o diagnóstico de enterite por CMV e por
leishmaniose8 e que os exames endoscópicos conduziram
a diagnóstico preciso em pequeno número de casos e
o seguimento foi similar em doentes com e sem a descoberta do agente infeccioso
primário.4 Mas, conforme
Oldfield,19 a inclusão da ileoscopia e
a biópsia do íleo terminal durante a colonoscopia
têm importância no diagnóstico de microsporidium.
Com intuito de avaliar a etiologia das
diarréias crônicas, realizamos colonoscopia e biópsia em
doentes HIV-positivos, com coprocultura e protoparasitológicos negativos.
MÉTODO
Desta forma, realizamos colonoscopias em 100 doentes com diarréia crônica,
encaminhados consecutivamente no período de agosto de 1997 a
abril de 2003 .
Os critérios de inclusão foram
soropositividade para HIV, uso de drogas anti-retrovirais, presença
de diarréia há mais de 30 dias, três
exames protoparasitológicos e coprocultura negativos.
Os critérios clínicos de exclusão foram presença
de dispnéia, alteração do nível de consciência,
distúrbios de coagulação e mau estado geral. Os
critérios laboratoriais de exclusão foram contagem de
linfócitos T CD4+ inferior a 200/mm³ e leucócitos abaixo
de 3.000/mm³, menos de 50.000
plaquetas/mm³, hemoglobina inferior a 10 g/dl e o tempo
de protrombina menor que 60%.
Os doentes fizeram preparo de cólon com lactulose e bisacodil. O mesmo pesquisador
realizou todos os exames. Fizemos biópsias das
lesões encontradas e do cólon direito e do reto,
independendo da presença de alterações macroscópicas.
Comparamos os achados histológicos com o aspecto
endoscópico. Também excluímos os doentes com preparo de
cólon insatisfatório.
Utilizamos o método do qui quadrado para avaliação estatística.
RESULTADOS
A limpeza do cólon propiciou examinar o relevo mucoso colorretal de todos os doentes. Os
laudos das colonoscopias indicaram 43 exames normais,
28 colites ulcerativas, 19 colites não ulcerativas, oito
lesões tumorais e duas vasculares.
Quanto aos achados histológicos
observamos sete exames com anormalidades nos
exames endoscópicos considerados normais (Tabela-1),
sete alterações nos portadores de colites
ulcerativas (Tabela-2) e cinco modificações nos casos de
colites não ulcerativas (Tabela-3). O exame dos
tumores revelou um adenoma tubular e um
adenocarcinoma moderadamente diferenciado (Tabela-4). Em
nossa casuística encontramos 57% de exames
com alterações endoscópicas, mas apenas 24%
de diagnósticos histológicos. Quando comparamos
os resultados normais de cada grupo de achados endoscópicos, não observamos diferença
estatística significante.
Tabela 1 _ Achados histológicos de 43 colonoscopias com resultados normais realizadas em doentes
HIV-positivos com diarréia crônica. IIER, 2003.
Achado Histológico | no. | (%) |
processo inflamatório crônico inespecífico (PICI) | 36 | 83,7 |
micobacteriose | 03 | 7,0 |
colite eosinofílica | 02 | 4,7 |
PICI com Toxoplasma gondii | 01 | 2,3 |
PICI ulcerada | 01 | 2,3 |
Total | 43 | 100 |
Tabela 2 _ Achados histológicos de 28 colites ulcerativas observadas em colonoscopias de doentes
HIV-positivos com diarréia crônica. IIER, 2003.
Achado Histológico | no. | (%) |
processo inflamatório crônico inespecífico (PICI) | 21 | 75,0 |
colite por citomegalovirus | 03 | 10,7 |
PICI ulcerado | 03 | 10,7 |
histoplasmose | 01 | 3,6 |
Total | 28 | 100 |
Tabela 3 _ Achados histológicos de 19 colites não ulcerativas observadas em colonoscopias de doentes
HIV-positivos com diarréia crônica. IIER, 2003.
Achado Histológico | no. | (%) |
processo inflamatório crônico inespecífico (PICI) | 14 | 73,9 |
PICI ulcerado | 02 | 10,5 |
processo inflamatório agudo inespecífico | 01 | 5,2 |
PICI erosiva | 01 | 5,2 |
Colite por criptosporidium | 01 | 5,2 |
Total | 19 | 100 |
Tabela 4 _ Achados histológicos de oito tumores observados em colonoscopias de doentes HIV-positivos
com diarréia crônica. IIER, 2003.
Achado Histológico | no. | (%) |
processo inflamatório crônico inespecífico (PICI) | 03 | 37,5 |
pólipos hiperplásicos | 02 | 25,0 |
PICI ulcerado | 01 | 12,5 |
adenoma tubular | 01 | 12,5 |
adenocarcinoma | 01 | 12,5 |
Total | 19 | 100 |
DISCUSSÃO
Diarréia crônica é problema comum
em doentes infectados pelo HIV. Nas fases iniciais
da imunodeficiência os agentes são os mesmos
da população soronegativa; entretanto, com a piora
da imunodeficiência, o sintoma é causado por
agentes oportunistas.
Entre os exames pedidos para esclarecimento diagnóstico são importantes o hemograma e a
contagem de linfócitos T CD4+, para conhecer o grau
de comprometimento
imunológico,5,22,23 a coprocultura
e a pesquisa de ovos e
parasitas.15,19,24 Caso essas provas sejam negativas, devemos indicar a colonoscopia
com biópsia, que proporciona diagnóstico clínico
e histológico de várias doenças colorretais, e
a endoscopia digestiva alta.
As infecções entéricas virais são
fortemente associadas com diarréias agudas. A microscopia
óptica de biópsias do cólon pode identificar colite por
adenovirus que é significantemente associada com
diarréia crônica, e somado a isso pode facilitar a
infecção associada pelo
CMV.11 O diagnóstico de apenas um
caso de infecção viral deve ser devido a
examinarmos doentes com diarréias crônicas.
Relatou-se que a retossigmoidoscopia
flexível isolada não mostrou até 39% das colites por
CMV.19 A inclusão da ileoscopia e a biópsia do íleo terminal
durante a colonoscopia têm importância no
diagnóstico de microsporidium, que pode evitar a necessidade
de endoscopia alta. Maior incidência de diagnósticos
pode ser esperada em doentes com febre, perda de peso
e contagens de linfócitos T CD4 inferiores a 200/mm³,
especialmente se abaixo de 50/mm³.19
A presença de peritonite, doença
inflamatória aguda e distúrbios de coagulação são
contraindicações para realização de colonoscopia que também deve
ser evitada em doentes não colaborativos ou em
mau estado geral. Para tanto, alguns
parâmetros laboratoriais são utilizados para avaliar o doente
HIV-positivo antes do exame. Todavia, em alguns
casos selecionados, podemos realizá-lo mesmo em caso
de resultados adversos. Por exemplo, em doentes
com hemoglobina baixa e sem dispnéia, a
colonoscopia poderá ser feita. Já em doentes dispnéicos
algumas vezes se contraindica o exame, mesmo com
valores maiores de hemoglobina, devido à possibilidade
de piorar o quadro pulmonar.
Para preparar o cólon preferimos lactulose
a outros laxantes osmóticos, porque a medicação é
de fácil aquisição, sendo vendida em farmácias e o
uso pode ser domiciliar. O tempo longo de preparo, de 4
a 6 horas, proporciona menor risco de
distúrbio hidroeletrolítico. O produto é eficaz, com
bons resultados em 87% dos doentes e com intolerância
em apenas 3,5%, caracterizado por náuseas e
vômitos. Além disso, pode ser utilizado em estenoses
parciais, sem dano ao doente.25
Realizamos biópsias somente no cólon
direito, próximo à válvula ileocecal, e no reto por serem
locais com maior quantidade de tecido linfóide o
que predispõe à instalação de doenças, aumentando
a possibilidade de diagnóstico histológico.
Optamos por agrupar os doentes conforme o aspecto endoscópico, como Auerbach et
al.26 que, avaliando doentes HIV-positivos dos quais 80%
tinham diarréia, observaram colite ulcerativa em 45%,
colite sem úlcera em 32,5%, exame normal em 18% e
tumores em 4,5% dos doentes. Dados semelhantes aos
nossos, porém com maior número de exames
normais. Entretanto, são dados de época anterior ao uso
dos inibidores da protease no tratamento dos
portadores de HIV e os doentes com exames de fezes
positivos não foram excluídos.
Os mesmos autores revelaram que o aspecto histológico diagnosticou lesões por CMV em
27%, criptosporidium em 13%, micobactéria em 1%,
histoplasma em 1% e herpes em 0,5%. A colite por
CMV em AIDS parece ter manifestações clínicas
e colonoscópicas variáveis. A colite distal associada
com ulcerações é o padrão endoscópico mais
comum.23 O fato de encontrar apenas três doentes com
esse diagnóstico não nos permitiu qualquer conclusão.
A colite por criptosporidium só foi observada em
um doente cujos exames de fezes não revelaram a
presença do protozoário.
Alguns tumores também são encontrados
em doentes HIV-positivos, estando relacionados
à condição de imunodepressão. Os mais comuns são
o sarcoma de Kaposi (mais comum), o linfoma
não-Hodgkin e o carcinoma
espinocelular,27 freqüente na margem anal, mas que pode invadir o canal anal e
a porção inferior do reto. Em nossa
casuística, encontramos um pólipo adenomatoso em cólon
direito e um adenocarcinoma de cólon esquerdo, próximo
ao ângulo esplênico. Observamos três lesões tumorais
de cor vinhosa cujo aspecto endoscópico sugeria
sarcoma de Kaposi; entretanto o exame histológico
não comprovou o diagnóstico. A diminuição na
incidência desses tumores na época dos inibidores da
protease pode explicar sua ausência nesse grupo de doentes.
Os parasitas protozoários entéricos estão
mais associados com diarréia crônica, particularmente
na piora da imunodepressão dos doentes dessa
população.6 Entretanto, a introdução dos inibidores da protease
no arsenal terapêutico para tratamento da AIDS
vem melhorando a imunodepressão desses doentes.
Todavia, devemos lembrar que essas novas medicações
podem provocar esse distúrbio intestinal.
O fato de não diagnosticarmos a etiologia
de 3/4 das diarréias e a presença de colites em 47%
de nossos exames sem achado histológico da
causa, chamou atenção para outras causas. Entre elas, as
de origem medicamentosa,8 as decorrentes da má
absorção de gorduras,2 as provocadas por agentes
não identificados e a enteropatia primária pelo
HIV.5 De qualquer forma, ressaltamos a necessidade de
realizar biópsias para identificar a causa da doença.
Os resultados obtidos nas condições
de realização do presente estudo permitem concluir
que a diarréia crônica na AIDS, na maioria dos
doentes, não foi causada por doença colorretal, quando
os exames protoparasitológicos e a coprocultura
foram negativos.
SUMMARY: OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate causes of chronic diarrhea in HIV-positive patients, with negative stool examinations, by colonoscopy and biopsy. METHODS: We have evaluated 100 patients referred to colonoscopy from 1997 August to 2003 April. Inclusion criteria were seropositivity to HIV, patients taking high active antiretroviral therapy (HAART), 30 or more days of diarrhea and negative fecal examinations (for protozoa and bacteria). Colonic preparations were made with lactulose and bisacodil. We have done biopsies of identified lesions and from the rectum and from the cecum of all patients. We compared histologic changes to endoscopic features. RESULTS: Colonoscopies showed 43 normal results, 28 ulcerative colitis, 19 non-ulcerative colitis, eight tumors and two vascular lesions. Histological changes were seen in seven of 43 normal colonoscopies (two eosinofilic colitis, one chronic inflammation with Toxoplasma gondii, another with ulceration, and three micobacteriosis). In seven patients with ulcerative colitis we noted three CMV colitis, three ulcerative chronic inflammations and one histoplasmosis. In those 19 non-ulcerative colitis we diagnosed two ulcerative chronic inflammation, one acute inflammation, one erosive chronic inflammation and one cryptosporidium colitis. Tumors were two hyperplasic polyps, one tubular adenoma, one adenocarcinoma and one ulcerative chronic inflammation. Statistics did not reveal histological differences among changes of normal colonoscopy, ulcerative colitis and non-ulcerative colitis. CONCLUSION: Our results led us to conclude that chronic diarrhea associated to HIV infection, in most patients, did not have colorectal etiology when stool examinations were negative.
Key words: Chronic diarrhea, HIV infection, AIDS, Colonoscopy.
Referências Biliográficas
1. Anastasi JK, Capili B. HIV and diarrhea in the era of
HAART: 1998 New York State hospitalizations. Am J Infect
Control 2000;28:262-6.
2. Poles MA, Fuerst M, McGowan I, Elliott J, Rezaei A, Mark
D et al. HIV-related diarrhea is multifactorial and fat
malabsorption is commonly present, independent of HAART. Am
J Gastroenterol 2001;96:1831-7.
3. Call SA, Heudebert G, Saag M, Wilcox CM. The
changing etiology of chronic diarrhea in HIV-infected patients with
CD4 cell counts less than 200 cells/mm3.Am J
Gastroenterol 2000;95:3142-6.
4. Bonacini M, Skodras G, Quiason S, Kragel P. Prevalence
of enteric pathogens in HIV-related diarrhea in the
midwest. AIDS Patient Care STDS 1999;13:179-84.
5. Brink AK, Mahe C, Watera C, Lugada E, Gilks C,
Whitworth J et al. Diarrhea, CD4 counts and enteric infections in a
community-based cohort of HIV-infected adults in Uganda.
J Infect 2002;45:99-106.
6. Navin TR, Weber R, Vugia DJ, Rimland D, Roberts JM,
Addiss DG et al. Declining CD4 + T-lymphocyte counts are
associated with increased risk of enteric parasitosis and chronic
diarrhea: results of a 3-year longitudinal study.
J Acquir Immune Defic Syndr Hum Retrovirol 1999;20:154-9
7. Prasad KN, Nag VL, Dhole TN, Ayagari A. Identification
of enteric pathogens in HIV-positive patients with diarrhoea
in northern India. J Health Popul Nutr 2000;18:23-6.
8. Weber R, Ledergerber B, Zbinden R, Altwegg M, Pfyffer
GE, Spycher MA et al. Enteric infections and diarrhea in
human immunodeficiency virus-infected persons: prospective
community-based cohort study. Swiss HIV Cohort Study.
Arch Intern Med 1999;159:1473-80.
9. Kosek M, Alcantara C, Lima AA, Guerrant RL.
Cryptosporidiosis: an update. Lancet Infect
Dis 2001;1:262-9.
10. Schmidt W, Schneider T, Heise W, Weinke T, Apple
HJ, Stoffler-Meilicke M et al. Stool viruses, coinfections, and
diarrhea in HIV-infected patients. Berlin Diarrhea/Wasting
Syndrome Study Group. J Acquir Immune Defic Syndr
Hum Retrovirol 1996;13:33-8.
11. Thomas PD, Pollok RC, Gazzard BG. Enteric viral
infections as a cause of diarrhoea in the acquired immunodeficiency
syndrome. HIV Med 1999;1:19-24.
12. Feitosa G, Bandeira AC, Sampaio DP, Badaro R, Brites
C. High prevalence of giardiasis and stronglyloidiasis
among HIV-infected patients in Bahia, Brazil.
Braz J Infect Dis 2001;5:339-44.
13. Carroccio A, Di Prima L, Di Grigoli C, Soresi M, Farinella
E, Di Martino D et al. Exocrine pancreatic function and fat
malabsorption in human immunodeficiency virus-infected
patients. Scand J Gastroenterol 1999;34:729-34.
14. Simon D. Evaluation of diarrhea in HIV-infected
patients. Gastrointest Endosc Clin N Am 1998;8:857-67
15. Cohen J, West AB, Bini EJ. Infectious diarrhea in human
immunodeficiency virus. Gastroenterol Clin North
Am 2001;30:637-64.
16. Kearney DJ, Steuerwald M, Koch J, Cello JP. A
prospective study of endoscopy in HIV-associated diarrhea.
Am J Gastroenterol 1999;94:596-602.
17. Orenstein JM, Dieterich DT. The histopathology of 103
consecutive colonoscopy biopsies from 82 symptomatic
patients with acquired immunodeficiency syndrome: original and
look-back diagnoses. Arch Pathol Lab Med 2001;125:1042-6.
18. Bini EJ, Cohen J. Diagnostic yield and cost-effectiveness
of endoscopy in chronic human immunodeficiency
virus-related diarrhea. Gastrointest Endosc 1998;48:354-61
19. Oldfield EC 3rd. Evaluation of chronic diarrhea in
patients with human immunodeficiency virus infection.
Rev Gastroenterol Disord. 2002;2:176-88.
20. Bini EJ, Weinshel EH. Endoscopic evaluation of chronic
human immunodeficiency virus-related diarrhea: is
colonoscopy superior to flexible sigmoidoscopy?
Am J Gastroenterol 1998;93:56-60.
21. Wei SC, Hung CC, Chen MY, Wang CY, Chuang CY,
Wong JM. Endoscopy in acquired immunodeficiency syndrome
patients with diarrhea and negative stool studies.
Gastrointest Endosc 2000;51:427-32.
22. Monkemuller KE, Wilcox CM. Investigation of diarrhea
in AIDS. Can J Gastroenterol 2000;14:933-40.
23. Wilcox CM, Chalasani N, Lazenby A, Schwartz DA.
Cytomegalovirus colitis in acquired immunodeficiency syndrome:
a clinical and endoscopic study. Gastrointest
Endosc 1998;48:39-43.
24. Belo MT, Trajman A, Perez AC, Zaltman C, Barroso PF,
Elia CC. Role of different methods for the detection of
diarrhoeal pathogens in HIV-infected patients in Brazil.
J Diarrhoeal Dis Res 1994;12:287-9.
25. Manzione CR, Nadal SR. Preparo domiciliar de cólon
com bisacodil e solução de lactulose a 10% para
colonoscopia ambulatorial. Rev bras
Coloproct 2000; 20:88-92.
26. Averbach M, Cutait R, Correa P, Duarte MI, Leite K,
Borges JL. Colorectal diseases in AIDS patients and endoscopic
findings. Arq Gastroenterol 1998;35:104-9.
27. Nadal SR, Manzione CR, Galvão VM, Salim
VRBM, Speranzini MB. Perianal diseases in HIV-positive
patients compared with a seronegative population.
Dis Colon Rectum 1999;42:649-54.
Endereço para correspondência:
Carmen Ruth Manzione
Rua Martinico Prado, 26 - G 35
Vila Albuquerque
01224-010 - São Paulo - SP
Trabalho realizado no Serviço de Colonoscopia e na Seção de Patologia do Instituto de Infectologia Emílio Ribas _ São Paulo (SP)