ARTIGOS ORIGINAIS
LINO LUIS SANCHES LARANGEIRA -TSBCP
SILVIA KARLA VIEIRA ANDRADE
LARANGEIRA LLS; ANDRADE SKV. Incidência do Carcinoma de Canal Anal na Regional de Saúde de Londrina
(PR). Rev bras Coloproct, 2004;24(3):240-246.
RESUMO: A necessidade de um melhor acompanhamento dos pacientes oncológicos no sistema único de saúde, bem como de
um registro completo, promoveu o desenvolvimento de um sistema de cadastro virtual.
Em análise retrospectiva (52 meses _ 1998 a 2002) avaliamos a incidência de carcinoma do canal anal em uma
instituição de referência, na cidade de Londrina. Observou-se um total de 13 pacientes tratados neste período sendo que 77% se
apresentavam com estádio II; 10 com lesão neoplásica menor de 5cm de diâmetro e um necessitou resgate cirúrgico (7,7%). Até novembro de
2003 nove pacientes permaneciam em acompanhamento no Serviço, sendo a sobrevida média deste grupo de 25 meses.
A revisão da literatura foi realizada e os autores relatam a necessidade de um melhor esclarecimento da doença entre
a população em geral e, principalmente, nos seguimentos de maior risco da população.
Unitermos: Câncer, Câncer anal, Carcinoma epidermóide
INTRODUÇÃO
Em Londrina, segundo boletim informativo de saúde (BIS), de 506 óbitos devidos a neoplasias
em 2002, 49 (9,7%) óbitos tiveram como causa a
neoplasia maligna do cólon, reto e ânus. As neoplasias
localizadas no cólon, reto e ânus são a terceira causa de
morte entre as mulheres, quando avaliadas apenas
as neoplasias.
As neoplasias do canal anal são raras, correspondendo de 1% a 6% de todas as
neoplasias anorretais1 e 1,5% de todos os tumores do
aparelho digestivo2.
Atualmente não há consenso quanto ao
limite inferior do canal anal, sendo que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o American
Joint Committee (AJCC) definem o canal anal como
uma área que vai da borda anal ao anel
anorretal1, embora a literatura mostre variações sobre o tema.
Jorge3 considera o sulco interesfinctérico como o
limite inferior do canal anal. A delimitação possui
importância na avaliação final visto que, provavelmente,
existem variantes de diferenciação entre os
carcinomas epidermóides no canal anal e na margem anal,
que podem definir o prognóstico e conduta.
A partir das observações de Nigro e
cols4 ,em 1974, o tratamento da neoplasia do canal anal
sofreu grande mudança. Passou de uma terapêutica
de ressecção de segmento intestinal com
colostomia definitiva para a preservação do segmento e
dos esfíncteres anais.
É consenso atual a combinação de
um tratamento rádio e quimioterápico como
primeira escolha5,6,7, sendo a cirurgia de
amputação abdominoperineal do reto restrita aos casos
de tratamento radioquimioterápico inicial não efetivo
e no controle da recidiva tumoral, conhecida como
"de resgaste"8 .
No sentido de proporcionar um melhor conhecimento e evolução dos casos de câncer
tratados no Sistema Único de Saúde em Londrina (CACON
I) foi moldado um cadastro virtual (baseado na
plataforma ACCESS®) no qual constam todos os dados
relativos ao paciente, seus exames e tratamento
oncológico dispensado.
Assim, baseado neste cadastro, o objetivo deste estudo é a análise retrospectiva dos pacientes
tratados na regional de Londrina com diagnóstico de
carcinoma do canal anal.
MÉTODO
Foi realizado um estudo retrospectivo de pacientes com diagnóstico de carcinoma de canal
anal no período de junho de 1998 a novembro de 2002,
na cidade de Londrina, devidamente cadastrados
como carcinoma do canal anal (CID-C21).
Não houve dúvidas quanto ao diagnóstico
pois, quando do cadastro virtual, foi requisito obrigatório
o diagnóstico histopatológico da neoplasia com
seu estadiamento.
Após acesso ao cadastro virtual, foram realizadas as seguintes análises: diagnóstico,
sexo, idade, índice de massa corpórea e
linfocitometria, pesquisa de HPV, tamanho de lesão,
estadiamento (AJCC), tratamento realizado e presença de
recidiva tumoral com incidência de operação de resgate,
caso houvesse.
RESULTADOS
A análise do cadastro oncológico
virtual mostrou que até novembro de 2002 havia 424
pacientes cadastrados na área de Coloproctologia (cólon, reto
e ânus). Destes, 13 pacientes (3,06%)
apresentaram neoplasia do canal anal com exame histopatológico
de carcinoma epidermóide em todos.
A idade média observada foi de 62 anos
(30-83), constituindo-se de oito mulheres e cinco
homens. Para o cálculo do índice de massa corpórea (IMC)
foram utilizadas as medidas de peso e altura observadas
quando do preparo dos quimioterápicos e os valores
dos linfócitos obtidos no hemograma, no mesmo
período. Foi observado um IMC médio de 23,57
Kg/m2 (18-30) e uma linfócitometria média de 24% (14-42).
Na análise do cadastro foi observada
pesquisa do HPV em dois pacientes que apresentavam condiloma anal/perianal, um homem e uma
mulher, sendo o diagnóstico positivo para HPV nos dois.
Nos demais pacientes não foi encontrada referência
ao estudo do HPV.
Com base nos laudos de exame de retossigmoidoscopia, as lesões foram classificadas
em maior ou menor do que 5cm de diâmetro. Do total
de 13 pacientes, em dez houve descrição de
lesões menores de 5cm e três com lesão maior do que 5cm
de diâmetro (Figura-1).
|
Figura 1 - Número de lesões neoplásicas e seu diâmetro. |
O estádio foi classificado, após
exames complementares, pelo médico oncologista e
descrito na solicitação do tratamento
quimioradioterápico. Foram observados dez pacientes com estádio II (8
T2; 2T3) ; dois pacientes com estádio III (IIIB) e
um paciente com estádio I (Figura-2).
|
Figura 2 - Classificação conforme o estádio da doença neoplásica, com sua freqüência. |
Nos pacientes classificados com estádio III,
em dois houve a presença de doença metastática
inguinal (Tabela-1).
Tabela 1 - Estádio de pacientes com carcinoma
do canal anal.
Estadio | Pacientes | |
I | T1 | 1 |
II | T2 | 8 |
II | T3 | 2 |
IIIB | 2* | |
· 1 metástase linfonodal inguinal/invasão região parede
vaginal extrínseca (> 5cm). · 1 metástase linfonodal inguinal (< 5cm). |
Em doze pacientes o tratamento inicial foi químio e radioterapia sendo que em um paciente
houve tratamento exclusivo com radioterapia. A dose
de radioterapia variou de 4.000 a 5.040 cGy e o
esquema quimioterápico utilizado foi o de fluoruracil
mais mitomicina C em 11 pacientes e fluoruracil mais
EDDP em 01 paciente.
Em um paciente houve recidiva tumoral, registrada por meio de biópsia local, após 18 meses
do diagnóstico e já com o término do
tratamento radioquimioterápico. O tratamento de resgate
neste paciente foi a amputação abdominoperineal do
reto (7,7%)
Mediante contato telefônico constatamos
que, até janeiro de 2003, nove pacientes
encontravam-se vivos, apresentando uma sobrevida média de 25
meses (6-74 meses); um não foi localizado e três
pacientes haviam falecido (Tabela-2).
A média de sobrevida dos pacientes que faleceram
foi de 15 meses (6; 16; 24 meses).
Tabela 2 - Características dos pacientes que
foram a óbito.
OBITO |
||
Estadio | Pacientes | Lesão |
III B | 64 anos | >5 cm |
II T3 | 78 anos | >5 cm |
II T2 | 78 anos | < 5cm |
DISCUSSÃO
O objetivo primordial do tratamento médico
é obter a cura ou a melhora da doença com um
mínimo de morbi/mortalidade. No caso do câncer de canal
anal o tratamento sofreu grande mudança a partir de
1974, procurando corresponder ao objetivo primordial.
Nigro e cols. (1974) 4, mostraram a
efetividade da radioquimioterapia no controle local do câncer
de canal anal. Os trabalhos que se seguiram
também mostraram a efetividade de tal tratamento, legando
à cirurgia radical um segundo plano. O novo
tratamento permite preservação esfincteriana e melhor
qualidade de vida do que a cirurgia de amputação
abdominoperineal com colostomia definitiva.
Os tumores do canal anal são raros,
perfazendo 4% do câncer intestinal
8, com ocorrência 20 a 30 vezes menos comum do que os tumores de cólon
9. Do ponto de vista histológico, o carcinoma epidermóide
é preponderante, respondendo por cerca de 80%
dos casos de câncer anal, sendo raríssimo o
carcinoma cloacogênico 10. Em nossa avaliação retrospectiva,
de quatro anos, encontramos 13 pacientes com
diagnóstico de neoplasia de canal anal em um universo de
424 pacientes oncológicos cadastrados na área do
cólon, reto e ânus, significando uma incidência de 3%
na casuística.
Em 100% dos casos o exame histológico mostrou carcinoma epidermóide e em todos os 13
casos pesquisados não encontramos citação diferenciando
as lesões (canal anal/margem anal), mas sempre a
citação de canal anal.
Atualmente têm sido postuladas as
variantes de diferenciação entre os carcinomas
epidermóides. Behrendt & Hansmann 11
realizaram estudo imunohistoquimico em 17 casos de carcinoma de
canal anal e em 5 casos de carcinoma da margem anal.
Nos carcinomas de canal anal observaram expressão do
p53 em 43% dos casos, expressão de todas as
citoqueratinas estudadas e uma diminuição na expressão das
caderinas em 70% dos casos. Já nos casos de margem anal
foi observada maior expressão do p53 (80% dos
casos), expressão de algumas citoqueratinas estudadas e
uma expressão total das caderinas estudadas. Este
estudo confirma a presença de subtipos de carcinomas do
canal anal, mostrando a separação na origem
histogênica desses tumores.
Na avaliação dos 13 casos estudados
observou-se uma prevalência do sexo feminino em relação
ao masculino (8/5), sendo a média de idade dos
casos avaliados de 62 anos. Estes achados são similares
aos encontrados na literatura 1,8,9. Atualmente, as
neoplasias do cólon, reto e ânus correspondem à terceira causa
de óbito em mulheres, devido a neoplasias, na cidade
de Londrina.
Sendo de conhecimento geral a capacidade das lesões neoplásicas em ocasionar alterações no
estado nutricional do paciente, seja por mudança
do metabolismo promovida pela neoplasia, má
absorção dos nutrientes, fenômenos obstrutivos e
outros, procuramos avaliar o comportamento nutricional
destes pacientes. Fato que motivou a pesquisa destes
dados foi a análise do Inquérito Brasileiro de
Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI) que mostrou
um índice de 66,3% de desnutrição em pacientes
com câncer, sendo que dos 307 casos de pacientes
com câncer de cólon, deste estudo, 14% apresentavam
uma perda maior de 10% do peso12.
Muito embora a desnutrição no câncer
colorretal não seja
freqüente13, nosso estudo
retrospectivo foi baseado em pacientes da rede pública, de
modo que nos preocupou a possibilidade de uma
eventual associação desnutrição / câncer.
A avaliação retrospectiva mostrou um
índice normal de linfocitometria
pré-tratamento quimioterápico, o que denota uma imunidade
celular normal, apesar de ser uma avaliação pouco específica.
Do mesmo modo foi observado um IMC médio (23,57
Kg/m2) na faixa da normalidade saudável
(18,5 a 24,9 Kg/m2). Estes achados são plausíveis visto
que: a neoplasia de canal anal não impede a
ingestão alimentar do paciente; não existe má absorção
dos nutrientes; a alteração metabólica ocasionada por
este tipo de neoplasia, se houver, é mínima e não
existem fatores obstrutivos ou efeito hormonal para a
caquexia. Desse modo os pacientes com carcinoma de canal
anal precisam de acompanhamento nutricional a partir
do tratamento radioquimioterápico.
A etiologia do câncer anal parece decorrer
de uma interação multifatorial, entre fatores do
meio ambiente, infecção por HPV, estado imune e
a supressão de genes14,15. Em relação ao vírus
papiloma humano (HPV) sabe-se que o tipo 16 está presente
em 30% a 75% dos casos de câncer anal e os tipos 6, 11
e 18 em até 10%10,15,16. Em nosso estudo houve
referência ao HPV em dois casos, em que os
paciente apresentavam condiloma anal, mas não foi
feita pesquisa quanto ao seu subtipo.
A percepção e o acompanhamento de
pacientes com lesões condilomatosas na região anal é
de fundamental importância visto que elas podem
ser precursoras8 do carcinoma epidermóide. É crescente
a avaliação e o entendimento da associação entre o
HPV e a lesão epidermóide anal de alto grau, que
seriam precursores do carcinoma do canal
anal10,15,17 , principalmente em imunodeprimidos e portadores
do HIV. Este aspecto é muito importante e pouco
difundido entre os cirurgiões gerais e oncológicos, o que
impede o melhor acompanhamento de pacientes com
lesões condilomatosas.
É importante citar que tanto a localização
do câncer do canal anal (borda ou margem anal) quanto
o diâmetro da lesão possuem importância no
prognóstico. A versão mais recente do TNM publicada
pelo American Joint Committee on Câncer (AJCC)
mostra que a categoria T(tumor) é determinada pelo
maior diâmetro mensurado do carcinoma primário,
em centímetros1. Quanto maior a categoria T, pior
o prognóstico10.
Na presente revisão foi observado que
três pacientes apresentaram lesão maior do que 5cm
de diâmetro (IIT3; IIT3; IIIbT4) , sendo que dois foram
a óbito; um (IIT3) após 6 meses do diagnóstico e
outro (IIIbT4) com 24 meses do diagnóstico. O
terceiro paciente (IIT3) foi submetido a ressecção local
e tratamento radioterápico. Castro e cols
5 citam o trabalho de Touboui e cols que revisaram 270 casos
de câncer do canal anal após tratamento e observaram
que nos pacientes com tumores maiores de 5cm de
diâmetro a falha de resposta foi de 50%. Infelizmente
muitos dos tumores anais são diagnosticados em um
estádio mais tardio, muitas vezes devido ao tabu em
relação ao exame da região anal, o que acarreta um
pior prognóstico ou até mesmo a morte
8.
Nos 13 pacientes estudados foi observada
alta prevalência de lesões em estádio II (TNM), quando
do diagnóstico, perfazendo um total de 77% (Figura-2)
e, em dois casos foi relatado linfonodo inguinal metastático (15,3%). Esta freqüência é compatível
com a freqüência encontrada na literatura quando a
presença de metástase inguinal ocorre em 15% a 20%
dos pacientes na época do diagnóstico,
relacionando-se diretamente com o grau de profundidade da invasão
e tamanho tumoral, bem como seu grau
histológico1.
Em relação ao tratamento dispensado aos
treze pacientes foi constatado que a dose radioterápica
variou de 4000 a 5040 cGy , sendo utilizada
radioterapia exclusiva em apenas um paciente. Os
esquemas quimioterápicos utilizados foram o fluoruracil
+ mitomicina C, em onze pacientes e fluoruracil +
EDDP em um paciente, para tratamento considerado paliativo.
A literatura mostra bons resultados com a radioterapia exclusiva, principalmente em
pacientes com tumores menores de 5cm 18 , mas os
estudos clínicos fase III comparando o tratamento
radioterápico com o combinado (radio mais quimioterapia)
mostram prevalência do combinado. O tratamento
combinado promove melhor controle local, reduzindo o risco
de recidiva de 60% para 40% 7.
Com relação à dosagem de radioterapia
houve mudanças com um aumento desde o preconizado
no esquema de Nigro, percebendo-se que de 30 Gy
19 passou para 45 a 50 Gy
20,21. Estudos retrospectivos realizados no Massachusetts General
Hospital evidenciaram que os pacientes tratados com dose
menor de 54 Gy apresentavam um nível mais alto
de recorrência quando comparados com os tratados
com dose maior que 54 Gy 10. As doses maiores de 54
Gy associaram-se com melhor sobrevida, em cinco
anos, e melhor controle local da neoplasia. Whiteford e
cols 22 sugerem a dose inicial de 5400cGy.
O tipo de tratamento quimioterápico
ideal ainda não está definido. No momento o padrão para
o tratamento quimioterápico é o 5 FU associado com
a mitomicina C, mas novos estudos estão
sendo realizados para definir o uso da cisplatina no lugar
da mitomicina C. A cisplatina é um agente radiossensibilizante com bons resultados no
tratamento do carcinoma epidermóide em regiões diferentes
da anal, sendo por isso promissora e, talvez, mais
efetiva que a mitomicina C 18,23, podendo ser utilizada
no tratamento de resgate, associada com a radioterapia.
O tratamento quimioradioterápico promove uma taxa de sobrevida ao redor de 80% a 90%
9, em cinco anos, sendo que o paciente deve ser
acompanhado de modo a realizar exame físico e biópsia na
região anal no intervalo de seis semanas. Este período não
é consensual para uma correta avaliação de
progressão tumoral ou falência de resposta. O fato é que o
período de seis semanas pode não representar a
verdadeira resposta final do tumor já que a resposta do
carcinoma anal mantém-se acima de nove meses após o
tratamento 20 . A determinação do tempo adequado ainda
requer novos estudos.
Em nossa casuística foi observado apenas
um caso de cirurgia de resgate, em paciente com
recidiva após 18 meses do tratamento realizado. O
tratamento dispensado foi a amputação abdominoperineal do
reto. Castro e col 1, com casuística de 93
pacientes, observaram que 21 pacientes foram submetidos a
resgate cirúrgico, sendo que a amputação abdominoperineal
do reto foi realizada em 91% dos casos.
Ainda existe controvérsia na definição
do tratamento para a doença residual, abrindo um
espaço para a aplicação de doses radioterápicas antes de
indicar a amputação. A avaliação correta do estádio,
quando do diagnóstico da lesão, é essencial para
avaliar possível excisão anorretal na presença de
lesão recorrente24. Pacientes com lesões residuais
grandes devem ser submetidos à amputação
abdominoperineal, com uma sobrevida global em cinco anos de 30%
a 60% 10.
Assim, os estudos em andamento procuram elucidar qual a melhor composição no
tratamento quimioterápico (5FU + MMC ou 5FU + cisplatina)
e qual a dosagem próxima ao ideal para a
radioterapia, de modo a obter um padrão ouro no tratamento
da doença.
A análise da literatura, em relação
ao carcinoma de canal anal, mostra uma grande
evolução em seu tratamento, pois ao invés de uma
ressecção mutilante e radical do reto e ânus preconiza-se
a preservação do órgão, por meio do
tratamento radioquimioterápico.
O presente trabalho mostrou que 92,3% dos casos foram diagnosticados em fase adiantada
da neoplasia (lesão com mais de 2cm de diâmetro
_ Figura-3).
Nosso levantamento mostra a necessidade de um maior esclarecimento à população para o
cuidado com lesões na região anal , local que ainda é um
tabu em nossa sociedade, e um melhor rastreamento
de pacientes com lesões benignas de risco
25, como a condilomatose.
|
Figura 3 - Relação entre o estádio da doença, tamanho da lesão e óbitos (Ø = UM ÓBITO). |
SUMMARY: In order to update complete information on the Public Health System oncologic patients and to better keep records
of their attendance, a virtual registry was developed.
In a retrospective analysis (52 months _ 1998 through 2002) we evaluated the prevalence of anal carcinoma in
one Londrina Reference Institution. From a total of 13 patients studied in this period, 77% were in Stage II; 10 had neoplasic
lesion smaller than 2 inches across. One patient (7.7%) undergoes surgery. Through November 2003, 9 patients kept in attendance.
The average life expectancy in this group was 25 months.
The literature at present data showed that a better explanation of the disease among the general population is
urgently required, especially in the high-risky groups.
Key words: cancer, anal cancer, squamous carcinoma
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Endereço para correspondência:
Lino L. S. Larangeira
Rua Belo Horizonte, 1123/703
86020-060 - Londrina (PR)
llarangeira@sercomtel.com.br
Trabalho realizado na Secretaria de Saúde de Londrina, 17 Regional de Saúde, Londrina-PR