Tópicos em Evidência


TME transanal

Artigo comentado pelo Dr. Carlos Ramon




Clinical outcomes and case volume effect of transanal total mesorectal excision for rectal cancer: a systematic review
C. L. Deijen, A. Tsai, T. W. A. Koedam, M. Veltcamp Helbach, C. Sietses, A. M. Lacy, H. J. Bonjer, J. B. Tuynman

Tech Coloproctol (2016) 20:811–824

Clique aqui para ler o artigo original




O câncer colorretal é um sério problema de saúde mundial. A busca pelo melhor tratamento a cada ano tem se tornado efetivas com novas abordagens e novas técnicas cirúrgicas.

Em 1982, Heald et al. propuseram uma padronização da excisão total do mesorreto (ETM), cujos resultados iniciais foram surpreendentes em termo de recidiva local.

A microcirurgia endoscópica transanal (TEM)  foi introduzida em 1983 por G. Buess com técnica minimamente invasiva para ressecções de tumores retais.

A qualidade da ETM com ressecção linfonodal com objetivo de uma ressecção R0 tem feito a busca por novas táticas e técnicas cirúrgicas.

A excisão total do mesorretal transanal surgiu em 2010 com uma nova abordagem para pacientes do sexo masculino que tenha uma pelve estreita bem como pacientes obesos com o objetivo de facilitar a cirurgia nesses casos.

Diversos estudos têm surgindo na literatura demonstrando os riscos e o real benefício dessa técnica. Trata-se de um procedimento complexo e com uma curva de aprendizado difícil, devido às poucas indicações com um número de casos pequeno e por ter uma abordagem de uma forma antes não realizada onde a anatomia e vista de baixo para cima.

A taxa de complicações não tem se revelado baixa como lesão de uretra prostática, sangramento e perda da qualidade do mesorreto, trazendo riscos a aplicação dessa técnica. Nos estudos, podemos observar que os riscos dessa abordagem são elevados e que tem diminuído nas mãos de experts nessa técnica.

Como grande benefício da aplicação dessa abordagem podemos citar a determinação da margens distal do tumor que é feita sob visão direta dando a garantia e efetividade de uma margem distal segura. Outro benefício do acesso hídrido laparoscópico e transanal é a redução das conversões da laparoscopia para a laparotomia. Quando apresenta dificuldade no tratamento de tumores de reto médio e baixo por laparoscopia podemos associar com a técnica transanal e nao realizar uma laparotomia.

Acreditamos que é uma técnica que vem a melhora a qualidade do mesorreto com uma redução da recidiva local. A necessidade de um tutor durante os primeiros procedimentos é de extrema importância para a obtenção dos melhores resultados.

Novos estudos tem sido realizado e comprovando o beneficio do uso dessa técnica.


Outros tópicos