doenças sexualmente transmissíveis
OS AGENTES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E O CÂNCER ANORRETAL
Sidney Roberto Nadal - TSBCP
Carmen Ruth Manzione - TSBCP
NADAL SR; MANZIONE CR. Os Agentes Sexualmente Transmissíveis e o Câncer Anorretal.
Rev bras Coloproct, 2004; 24(3):274-277.
Os agentes sexualmente transmissíveis
estão associados a doenças que provocam lesões em
todos os órgãos e sistemas do organismo humano, desde
o nascimento até a morte. Não bastasse isso, as
pesquisas mais recentes sugerem participação viral na gênese
em 15% dos neoplasmas malignos de diferentes
estruturas orgânicas.1 Destes, 80% correspondem aos
carcinomas da cérvix uterina e
hepatocarcinomas.1 São por
demais conhecidas as associações entre o Papilomavirus
humano (HPV) e o carcinoma cervical,2 o vírus da hepatite B e
o hepatocarcinoma,3,4 o vírus do linfoma de células
T humano (HTLV) com a doença
referida,5 o vírus de Epstein Barr (EBV) e o linfoma
não-Hodgkin.6,7 Especificamente na área de Coloproctologia, temos
o carcinoma espinocelular (CEC) associado ao
HPV,8 o sarcoma de Kaposi associado ao herpes vírus tipo
8 (HHV-8/SK)9,10 e o linfoma não-Hodgkin associado
ao EBV. Todos esses vírus podem ser adquiridos por
contato sexual. Entretanto, não há evidência de que as
bactérias tenham poder oncogênico, exceto por relatos sobre
a presença de anticorpos séricos para
Chlamydia trachomatis em portadores de carcinoma
espinocelular do colo uterino.11
Seria muito simplório pensar numa
associação linear entre os vírus e o aparecimento de tumores.
Na verdade, existem fatores endógenos, exógenos,
além do fator viral, agindo sobre o genoma do
hospedeiro, modificando-o e inibindo a ação dos genes
supressores de tumor, propiciando o surgimento de
tecido neoplásico.
Entre os fatores endógenos, encontramos
as alterações cromossômicas dos tumores
colorretais; alterações hormonais, como aumento do estrógeno
e androsterona na fase pré-menopausa para o
carcinoma de mama,12 embora haja dúvidas em relação ao
da cérvix;13,14 afecções anorretais associadas, como
as fístulas anais e os processos inflamatórios
crônicos15,16 que, acelerando a divisão celular, podem
provocar neoplasias; e os fatores locais e sistêmicos
da imunodepressão.17
Entre os fatores exógenos, podemos citar
as causas ambientais, como as radiações químicas
e físicas,18 bem estudadas pelas áreas de dermatologia
e hematologia;19 o tabagismo, associado ao
surgimento dos tumores da via
respiratória;20 fatores
sócio-econômicos relacionados ao pouco conhecimento
sobre a aquisição de doenças que acometem a
região anorretal, seu diagnóstico, tratamento e evolução;
a promiscuidade sexual que propicia aquisição de
várias doenças
anorretais;21 fatores alimentares, principalmente alimentos industrializados
que necessitam de substâncias
anti-oxidantes, estabilizadores, conservantes e corantes, sendo
que sabidamente alguns possuem potencial
oncogênico, como carboidratos policíclicos aromáticos e
aminas heterocíclicas,22 anilinas e
aflotoxinas;23 e as
infecções virais associadas, objeto desse relato.
Há forte suspeita de associação entre o
HPV e o carcinoma anal de células escamosas,
correlação bem estabelecida para o carcinoma do colo
uterino. Talvez o pequeno número de casos de câncer do
ânus tenha impedido que os estudos avancem
tão rapidamente quanto aqueles realizados para a
doença cervical. Entretanto, podemos apontar
algumas semelhanças entre ambos. Os principais seriam
a presença de epitélio de transição em torno da
linha pectínea, tal como na cérvix uterina, local de
maior ocorrência dos carcinomas
cervicais24 e o encontro dos mesmos tipos de HPV nas regiões genital e
anal. Todavia, mulheres com HPV em ambas as
regiões desenvolvem carcinoma cervical em
maior porcentagem que no ânus,25 provavelmente
pelos fatores locais de defesa imunológica.
O HPV necessita de solução de
continuidade para penetrar no epitélio, pelo qual tem
tropismo, dirige-se para as células da camada basal, nas
quais seu genoma penetra. Lá, pode permanecer em
estado latente, ou replicar, contaminando outras células
e interrompendo o processo de apoptose, ascender o epitélio e provocar lesões subclínicas, só vistas
com ajuda de lentes de aumento, e clínicas, que são
os condilomas acuminados.26 Histologicamente, a
célula típica é o coilócito, que tem o núcleo aumentado
e circundado por halo claro. As neoplasias intraepiteliais anais de baixo grau de
malignização (NIAb) correspondem à presença de
células modificadas no terço inferior do epitélio,
enquanto as de alto grau (NIAa) tomam os dois terços
inferiores ou todo o epitélio.27 Há dúvidas sobre a
progressão para carcinoma invasor. Sabe-se que a NIAb
pode evoluir para NIAa e que a imunodepressão, o
tipo oncogênico do HPV e o homossexualismo
promíscuo seriam os fatores de progressão
conhecidos.28 Quanto ao tipo viral, sabemos que há tipos oncogênicos e
não-oncogênicos. Entre os primeiros, os HPV 16 e 18
são os mais freqüentes e são associados aos
carcinomas "in situ" e invasor, enquanto que os HPV 6 e
11, considerados não oncogênicos, provocam
condilomas e NIAb.29 Entretanto, em doentes
HIV-positivos observamos que mesmo os tipos
não-oncogênicos foram responsáveis pelo aparecimento de
carcinoma "in situ" (NIAa), revelando que talvez
a imunodepressão seja mais importante que o tipo
viral na gênese dessas
lesões.28
Em estudo recente, Byars et al.8
encontraram o DNA do HPV em 12,2% das neoplasias anais,
todas "in situ", e 3,5% de lesões "in situ" (NIAa)
em portadores de lesões anais provocadas pelo HPV.
Entre nossos casos, no Instituto de Infectologia
Emílio Ribas, de São Paulo, apenas observamos um
carcinoma invasor em 1253 portadores de condilomas
acuminados perianais, num total de 0,07%. Até o ano de 1996,
antes da aprovação dos inibidores de protease
para tratamento da AIDS, tínhamos 26,4% de NIAa
e posteriormente a essa data, a incidência diminuiu
para 3,6%, mostrando a importância da imunidade
sistêmica na gênese dessas lesões. Além do HPV, tem
sido relatada a associação do Herpes virus tipo 2 na
gênese do câncer
cervical.2. Ocorreria o mesmo para o
CEC anal?
Avaliando a literatura, observamos a
existência de alguns fatores de risco para o aparecimento do
câncer: a imunodepressão provocada pelo HIV, associação
com infecção pelo HPV, a presença dos linfócitos T
CD4+ abaixo de 100/mm³, a carga viral HIV elevada,
que sugere tratamento ineficaz ou ausente e denota imunodepressão iminente, e a presença de
displasias.30-32 E na presença de câncer, o prognóstico será pior
nos doentes imunodeprimidos, nos quais há aumento
da incidência de metástases linfonodais e da freqüência
de recidivas, diminuição do tempo de sobrevivência
30,33 e da resposta à radio e
quimioterapia.32 Estatísticas
mais recentes revelaram incidência de 60% e 17%
de linfonodos comprometidos; 75% e 6% de recidivas;
62% e 85% de respostas à radio e quimioterapia; 80% e
30% de toxicidade do esquema adjuvante, e 1,4 e 5,3 anos
de sobrevivência, respectivamente, em
imunodeprimidos e competentes.30,32,33 Entretanto, há melhora
do prognóstico31 e redução do número de
displasias34 com o uso de coquetel de drogas antirretrovirais,
embora outros autores tenham observado pouco efeito sobre
a ação do HPV nos primeiros seis meses de
uso.35
Sobre o sarcoma de Kaposi, ocorreu
redução da incidência após a introdução do coquetel no
arsenal de drogas antiretrovirais, que além de
proporcionar diminuição das lesões já existentes,
proporciona melhora do prognóstico e aumento do tempo
de sobrevivência.6,36
Quanto aos Linfomas Não-Hodgkin sabe-se que 3% desse tipo de tumor no tubo digestivo
ocorrem no anorreto em doentes imunocompetentes e que
a incidência aumenta para 26% nos
HIV-positivos. Geralmente são tumores de células B, de alto
grau, imunoblásticos e polimorfos e a presença de EBV
é detectada em quase a totalidade dos doentes
HIV-positivos e em quase nenhum dos
soronegativos.37,38
Acreditamos que a gênese do câncer
anorretal esteja no tripé formado pelo fator viral e
pelas imunidades local e sistêmica. A pergunta que
fazemos é porque mulheres com lesões pelo HPV na
cérvix uterina e na região perianal desenvolvem mais
tumores cervicais? Seria a defesa imunológica mais efetiva
na região anorretal?
Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para evitar o câncer anorretal. Programas
de orientação sexual explicariam o que são, como
se contraem, como tratar e quais os riscos das
DST. Devemos tratar as causas de imunodepressão,
pois sabemos que doentes imunocompetentes têm
menor risco de desenvolver câncer. As vacinas
antivirais, várias atualmente em teste, podem diminuir
a incidência de neoplasias, a exemplo da vacina
contra o vírus da hepatite B e a diminuição dos
hepatocarcinomas. Para pessoas já contaminadas, o
rastreamento dos contactantes é importante para tratamento e
para evitar disseminação da doença. E o seguimento
dos infectados, impedindo o desenvolvimento de
tumor, usando seguimento efetivo, impedindo o
aparecimento de lesões pré-neoplásicas ou tratando-as antes
que invadam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. zur Hausen H. Viruses in human cancers.
Science 1991;254:1167-73.
2. Smith JS, Herrero R, Bosetti C, Munoz N, Bosch FX,
Eluf-Neto J, Castellsague X, Meijer CJ, Van den Brule
AJ, Franceschi S, Ashley R & International Agency for
Research on Cancer (IARC) Multicentric Cervical Cancer Study
Group. Herpes simplex virus-2 as a human papillomavirus
cofactor in the etiology of invasive cervical cancer. J Natl Cancer
Inst 2002;94:1604-13.
3. Higashi Y, Tada S, Miyase S, Hirota K, Imamura H, Kamio
T & Suko H. Correlation of clinical characteristics with
detection of hepatitis B virus X gene in liver tissue in
HBsAg-negative, and HCV-negative hepatocellular carcinoma
patients. Liver 2002;22:374-9.
4. Kato Y, Nakata K, Omagari K, Furukawa R, Kusumoto
Y, Mori I, Tajima H, Tanioka H, Yano M & Nagataki S. Risk
of hepatocellular carcinoma in patients with cirrhosis in
Japan. Analysis of infectious hepatitis viruses.
Cancer 1994;74:2234-8.
5. Mahieux R & Gessain A. HTLV-1 and associated adult
T-cell leukemia/lymphoma. Rev Clin Exp Hematol 2003;7:336-61.
6. Dezube BJ, Zambela M, Sage DR, Wang JF & Fingeroth
JD. Characterization of Kaposi sarcoma-associated herpes
virus/human herpes virus-8 infection of human vascular
endothelial cells: early events. Blood 2002;100:888-96.
7. Gaidano G, Pastore C, Gloghini A, Cusini M, Nomdedeu
J, Volpe G, Capello D, Vaccher E, Bordes R, Tirelli U, Saglio
G & Carbone A. Distribution of human herpes virus-8
sequences throughout the spectrum of AIDS-related neoplasia.
AIDS 1996;10:941-9
8. Byars RW, Poole GV & Barber WH. Anal carcinoma
arising from condyloma acuminata. Am Surg 2001;67:469-72.
9. Kedes DH, Operskalski E, Busch M, Kohn R, Flood J
& Ganem D. The seroepidemiology of human herpes virus
8 (Kaposi's sarcoma-associated herpes virus): distribution
of infection in KS risk groups and evidence for sexual
transmission. Nat Med 1996;2:918-24.
10. Tappero JW, Conant MA, Wolfe SF & Berger TG.
Kaposi's sarcoma. Epidemiology, pathogenesis, histology, clinical
spectrum, staging criteria and therapy. J Am Acad
Dermatol 1993;28:371-95.
11. Smith JS, Bosetti C, Munoz N, Herrero R, Bosch FX,
Eluf-Neto J, Meijer CJ, Van Den Brule AJ, Franceschi S &
Peeling RW. Chlamydia trachomatis and invasive cervical cancer:
a pooled analysis of the IARC multicentric case-control
study. Int J Cancer 2004;111:431-9.
12. Yu H, Shu XO, Shi R, Dai Q, Jin F, Gao YT, Li BD &
Zheng W. Plasma sex steroid hormones and breast cancer risk
in Chinese women. Int J Cancer 2003;105:92-7.
13. Kjellberg L, Hallmans G, Ahren AM, Johansson R,
Bergman F, Wadell G, Angstrom T & Dillner J. Smoking, diet,
pregnancy and oral contraceptive use as risk factors for
cervical intra-epithelial neoplasia in relation to human
papillomavirus infection. Br J Cancer 2000;82:1332-8.
14. Shields TS, Falk RT, Herrero R, Schiffman M, Weiss NS,
Bratti C, Rodriguez AC, Sherman ME, Burk RD & Hildesheim A.
A case-control study of endogenous hormones and cervical
cancer. Br J Cancer 2004;90:146-52.
15. Cosman BC, O'Grady TC & Pekarske S. Verrucous
carcinoma arising in hidradenitis suppurativa. Int J
Colorectal Dis 2000;15:342-6.
16. Schaffzin DM, Stahl TJ & Smith LE. Perianal mucinous
adenocarcinoma: unusual case presentations and review of
the literature. Am Surg 2003;69:166-9.
17. Bonnet F, Lewden C, May T, Heripret L, Jougla E,
Bevilacqua S, Costagliola D, Salmon D, Chene G & Morlat P.
Malignancy-related causes of death in human
immunodeficiency virus-infected patients in the era of highly active
antiretroviral therapy. Cancer 2004;101:317-24.
18. Williams ED, Abrosimov A, Bogdanova T, Demidchik
EP, Ito M, LiVolsi V, Lushnikov E, Rosai J, Sidorov Y,
Tronko MD, Tsyb AF, Vowler SL & Thomas GA. Thyroid
carcinoma after Chernobyl latent period, morphology and
aggressiveness. Br J Cancer 2004;90:2219-24.
19. Aslan G, Terzioglu A, Tuncali D & Bingul F.
Consequences of radiation accidents. Ann Plast
Surg 2004;52:325-8.
20. Zhong L, Goldberg MS, Parent ME & Hanley JA.
Exposure to environmental tobacco smoke and the risk of lung
cancer: a meta-analysis. Lung Cancer 2000;27:3-18.
21. Nadal SR & Manzione CR. Identificação dos grupos de
risco para as doenças sexualmente transmitidas.
Rev bras Coloproct 2003;23:128-129.
22. Snyderwine EG. Diet and mammary gland
carcinogenesis. Recent Results Cancer Res 1998;152:3-10.
23. Oliveira CAF & Germano PM. Aflatoxinas: conceitos
sobre mecanismos de toxicidade e seu envolvimento na
etiologia do câncer hepático celular.
Rev Saúde Pública 1997;
31:417-24.
24. Fenger C. Anal canal tumors and their precursors. In,
Rosen PP, Fechner RE eds. Pathology annual. 1988, part I,
Norwalk CT. Apleton and Lange, 1988; pp. 45-66.
25. Scholefield JH, Hickson WG, Smith JH, Rogers K & Sharp
F. Anal intraepithelial neoplasia: part of a multifocal
disease process. Lancet 1992;340:1271-3.
26. Mindel A & Carmody C. Anal and perianal lesions in
adults. In, Gross GE, Barrasso R. Human papilloma virus
infection: a clinical atlas. Ullstein Mosby GmbH & Co.
KG, Berlin?Wiesbaden, 1997, pp.389-94.
27. Critchlow CW, Surawicz CM, Holmes KK, Kuypers J,
Daling JR, Hawes SE, Goldbaum GM, Sayer J, Hurt C &
Dunphy C. Prospective study of high grade anal
squamous intraepithelial neoplasia in a cohort of homosexual men:
influence of HIV infection, immunosuppression and
human papillomavirus infection. AIDS,1995;9:1255-62.
28. Manzione CR, Nadal SR & Calore EE. Postoperative
follow-up of anal condylomata acuminata in HIV-positive
patients. Dis Colon Rectum 2003;46:1358-1365.
29. Palefsky JM, Holly EA, Gonzales J, Lamborn K &
Hollander H. Natural history of anal cytologic abnormalities
and papillomavirus infection among homosexual men with
group IV HIV disease. J AIDS, 1992;5:1258-65.
30. Kim JH, Sarani B, Orkin BA, Young HA, White J,
Tannebaum I, Stein S & Bennett B. HIV-positive patients with anal
carcinoma have poorer treatment tolerance and outcome than
HIV-negative patients. Dis Colon Rectum. 2001;44:1496-502.
31. Place RJ, Huber PJ & Simmang CL. Anorectal
lymphoma and AIDS: an outcome analysis. J Surg
Oncol 2000;73:1-4.
32. Sobhani I, Vuagnat A, Walker F, Vissuzaine C, Mirin
B, Hervatin F, Marmuse JP, Cremieux AC, Carbon C, Henin
D, Lehy T, & Mignon M. Prevalence of high-grade
dysplasia and cancer in the anal canal in human
papillomavirus-infected individuals.
Gastroenterology 2001;120:857-66.
33. Vatra B, Sobhani I, Aparicio T, Girard PM, Puy
Montbrun TD, Housset M, Baillet F, Hecht F, Chossidow D & Soule
JC. Anal canal squamous-cell carcinomas in HIV positive
patients: clinical features, treatments and prognosis.
Gastroenterol Clin Biol 2002; 26:150-6.
34. Martin F & Bower M. Anal intraepithelial neoplasia in
HIV positive people. Sex Transm Infect 2001;77:327-31.
35. Palefsky JM, Holly EA, Ralston ML, Da Costa M, Bonner
H, Jay N, Berry JM & Darragh TM. Effect of highly
active antiretroviral therapy on the natural history of anal
squamous intraepithelial lesions and anal human papillomavirus
infection. J Acquir Immune Defic Syndr 2001;28:422-8.
36. Baiocchi OC, Colleoni GW, Navajas EV, Duarte LC,
Alves AC, Andrade AL, Kerbauy J & Oliveira JS. Impact of
highly active antiretroviral therapy in the treatment of
HIV-infected patients with systemic non-Hodgkin's lymphoma.
Acta Oncol 2002; 41:192-6.
37. Ioachim HL, Antonescu C, Giancotti F, Dorsett B &
Weinstein MA. EBV-associated anorectal lymphomas in patients
with acquired immune deficiency syndrome. Am J Surg
Pathol 1997;21:997-1006.
38. Grulich AE, Li Y, McDonald A, Correll PK, Law MG &
Kaldor JM. Rates of non-AIDS-defining cancers in people with
HIV infection before and after AIDS diagnosis.
AIDS 2002;16:1155-61.
Endereço para Correnspondência:
Sidney Roberto Nadal
Rua Dr. Virgilio de Carvalho Pinto, 381 / 23
05415-030 São Paulo - SP
Fone/Fax: (11) 223 8099 / 3337 4282
E-mail: srnadal@terra.com.br